domingo, 17 de julho de 2011

Meu filho,aguenta(...)

Aos sábados à noite, quem não foi badalar, espera o Altas Horas. Vou parar de falar na terceira pessoa.
Então... dei a sorte de conseguir ficar acordada ontem, no caso ,hoje. E um dos convidados era o Rodolfo Abrantes. Rodolfo dos Raimundos, do Rodox.  Estive curiosa para saber como se deram as mudanças na vida dele, embora já soubesse por não ser algo atípico. Os motivos variam um pouquinho ,mas preconceitos, conceitos e respeitos à parte, eu posso falar pela minha família e sua parte evangélica.
Poderia ter sido para se livrar do vício em drogas, do abuso em álcool, consciência pesada, desequilíbrio emocional, mãos amigas, repostas ,inclusão social.
Inclusão social. Que quem veja não se ofenda, mas aos meu amados(de verdade) tão próximos em questão, sei que a iniciação nesta religião, ou adoção de estilo de vida, como queira, foi por isso. Bem vestidos, jantares, reuniões, novos colegas, amigos solícitos, opções artísticas... vida!

A maior canalhice que se pode fazer com alguém é julgar seus sentimentos. Se achar capaz de ler a mente alheia. Por isso que digo à princípio.  Deve-se dali em diante tocado a pessoa, e então a identificação, a opção. Mas a hipocrisia, a lavagem cerebral me incomoda. Aquela intolerância e falsidade que vejo em muito convertidos. Deixando a família de lado, volto ao Rodolfo.
Respondendo ao Serginho Groisman, ele se referiu às próprias tatuagens como rabiscos. Atribuiu dor a elas(vamos lembrar que é bem passageira). Disse que não existe a possibilidade de um dia em um encontro com os antigos companheiros de banda tocar, por exemplo, Mulher de fases. Embora esteja acompanhando pelas redes sociais o lançamento do novo trabalho deles e torcendo muito pelo sucessos dos caras. Oi?
Triste. Eu não vi alegria ali. Vai ver que minha visão foi torpe.
A felicidade de saber que eu veria Rodolfo sendo entrevistado era uma expectativa de ver se repetir uma conversa com queridas colegas da faculdade, mês passado no chão de um dos corredores do IF. Falávamos sobre fé. Duas católicas(sendo uma estudante de sociologia - isso influencia sempre, lógico), outra agnóstica, uma evangélica, e outra calada. Como são inteligente e respeitosas e como foi agradável falar de vida, morte, pós-morte, respostas, amor, dúvidas comuns, intrigas da humanidade.
Sendo eu nenhum poço de virtudes, mas totalmente consciente do quanto Deus cuida, vigia e enlaça minha vida, não acho que Rodolfo desvirtuaria a vida dele se com aquela malícia que já lhe foi peculiar, cantasse quem saber que eu iria gostar dele se ele tocasse no radinho.

Fico tão maravilhada quando posso escutar o Pai me dizer: Olha o que coloquei em teu caminho estou aqui, não prolongue esse medo. Viu? Até errado deu certo, minha filha amada.
Não por isso eu mudo meu vocabulário, renego o que fui, passo uma borracha borrada no vivido, me contradigo... Não.
Dizia às colegas que o que me incomoda na religião que sigo, eu não sigo. A parte católica que está em mim, eu adoro e vivo.
Mas se Rodolfo diz que os últimos 10 anos foram os melhores da vida dele, que seja verdade. Só dá saudade do outro.